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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Concurso literário da revista Piauí

E cá estou eu... Sentado sozinho, olhando as ruas que me fazem pensar no que se passou há pouco tempo, retratar o que me aconteceu não é bom, me faz pensar em momentos felizes, que agora se fazem ruim na minha vista. Ela era tudo para mim e eu nem percebia isso... E como dizem, a gente só vê como era feliz depois que deixa tudo ir embora... Fico a pensar como ela está agora, se está tudo bem, se ela está sendo tratada com o merecimento que tem. Sei nem ao menos onde se encontra, mas tenho no coração uma vaga ilusão que vou encontrá-la novamente e vou me desculpar por coisas que falei atitudes que tomei que só a fizeram sofrer, e com coragem eu disse o absurdo deslavado na sua cara, não aceitando seus corretivos, como se tudo significasse nada! Por pouco tempo achei ter agido do modo certo, porém, vejo o que fiz.
Agora, vendo tudo como passado, sinto que amei de verdade a melhor pessoa que já passou pela minha vida, que me trouxe alegrias, mesmo sofrendo daquela forma... E dizer que estraguei anos de minha vida, que eu quis morrer, que tive meu maior amor, por uma mulher que não me agradava, que não fazia o meu gênero! Foi tudo de momento, depois, quando as lágrimas se vão, é que eu paro pra pensar e vejo que sem ela eu não sou nada, como eu vou dormir, com esse sentimento de culpa? Como vou viver sem pensar em momentos que me fizeram feliz? Para quem vou dizer 'eu te amo'?
E amava mesmo, ainda amo, amor não se esquece, se eterniza na alma de quem ama, mesmo com tantos problemas, sinto que poderia ter feito algo antes que ela partisse, eu poderia ter invertido esse jogo, talvez se eu a tivesse feito feliz, ela não teria ido embora tão cedo.
Infelizmente, o que todos diziam que ia acontecer, aconteceu, e como o esperado, fiquei triste, mas no fundo do coração eu sabia que isso estava por vir, pois sei que a culpa de certa forma foi minha, deveria ter amado, como ela me ensinou ou tentou me ensinar a amar... Mesmo com tudo que fizera comigo, sinto que as coisas vão e não voltam mais, e até agradeço pelo o que fez por mim, sei que se esforçou bastante para que eu fosse melhor um dia... E eu, de forma alguma retribuí essa preocupação, sei que o tempo vai passar, e agora, tenho que viver minha vida.
Espero que disso, eu possa tirar apenas os bons momentos vividos e as atitudes de concerto por ela ensinadas, concertos que só agora, com atraso tomaram jeito.
Se ela pudesse me ver, estaria feliz, pois o remorso já me invadiu por inteiro e a única coisa que eu desejaria era poder abraçá-la com o calor da alegria de poder vê-la novamente e poder dizer, como nunca a disse antes... Eu te amo muito, mãe!

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Texto feito por mim, para o II Concurso literário da revista Piauí (de Agosto), no qual é necessário adicionar a seguinte frase no texto:
"E dizer que estraguei anos de minha vida, que eu quis morrer, que tive meu maior amor, por uma mulher que não me agradava, que não fazia o meu gênero!"