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sábado, 2 de julho de 2011

Direções: esquerda, direita.

Bem, nesta postagem, vou tentar explicitar os reais objetivos do Blog Eu & o entendimento social.
Nos últimos textos, os assuntos mais discutidos trataram sobre a falha política do Brasil. Muitos seguidores exaltaram nos últimos posts a corrupção dos políticos, dos governadores, do Estado e dos responsáveis, em geral, pelo Brasil.
(Muito obrigada pelos comentários, pois foi a partir deles que consegui, de certa forma, reformular os reais objetivos que tenho quando escrevo.)
Pois bem... Tais discussões me mostram a nossa falta de perspectiva. É tanto que só depois de mais de dois anos, consegui enxergar as minhas falhas tão óbvias.
Independente dos partidos que se glorificaram ou que se tornaram enojados durante os anos de República brasileira, a mais importante e eficaz forma de ler a nossa política raramente é praticada.“Eu sou de direita, eu sou de esquerda...” De que adiantam os rótulos? ENFIM! Posso dizer, com todo o meu coração: Eu não sou nada! Se meus textos parecem modelados a partir de tal tipo de partido, sinto muito, mas não é minha intenção.
O PROBLEMA É O SEGUINTE: nossos maiores problemas socioeconômicos advêm de uma estrutura muito mais simples que a identidade atual de administração que temos.
ADVÊM DE NÓS!!
Sim, nós!... Em decorrência das nossas escolhas, em primeiro plano sem más intenções, é que a corrupção no Brasil acontece. Pois, apesar das leis, muitos cidadãos normais agem ferindo os direitos e deveres da Constituição:
Padarias ainda vendem pão sem o uso da balança, guardas de trânsito recebem suborno para evitar multas, cobradores de ônibus não giram a catraca em troca de dinheiro, impostos são sonegados quando não se pede a nota fiscal de bens diversos, gatos e macacos são feitos nas contas de luz e de água, diplomas falsos são comprados, provas de vestibulares vazam todos os anos, produtos fora da validade são vendidos, médicos são pagos para indicar laboratórios, drogas ilícitas são compradas, não só pelas camadas mais baixas, mas pelas elites também.
Pois é! Acho que o primordial é saber que algo tão simples, como o ato de votar, pode trazer conseqüências que, na maioria das vezes, não queremos. Estudar partidos não adianta. Imagine um partido qualquer sendo um ser humano. O ser humano é constituído de virtudes e defeitos, assim como os partidos brasileiros são. Essas virtudes e esses defeitos constituintes dos partidos são os políticos que lutam por melhoras e os que corrompem a honestidade do bom governante.
Então, não adianta estudar partidos ao votar. Nem se assegurar neles para designar rótulos. O que vale mesmo é saber em QUEM se vota, independente do corpo, ou seja, do partido. É saber quais são as verdadeiras ideias e virtudes desse indivíduo e saber qual a sua real condição de torná-las uma realidade.
Reitero aqui, a necessidade de explicar os objetivos das minhas mensagens. Independente do transparecer dos meus textos, O ENTENDIMENTO que trago é muito mais simples: não julgo os problemas sociais que cabem a NÓS como sendo resolvidos através de tal partido. O que se deve esperar de TODOS os partidos é uma coisa só. O político bom é aquele que se sobressai mesmo no pior mecanismo que tem, mesmo no pouco tempo de discurso, no pouco tempo de propaganda eleitoral. E que conhece afundo a realidade brasileira e luta para a melhora efetiva da nação.
Eu não espero nada de partidos, eu espero tudo de um governo só. Afinal, oposições não ajudam, em hipótese alguma, no trabalho em grupo que, supostamente, deveria se realizar para avanço do Brasil.
Se estamos “assistindo a dessocialização”, é bom ver, em primeiro quadro, um espelho. Atrofias sociais começam a se desfazer quando olhamos para nós mesmos e deixamos de jogar lixo nas ruas, sonegar impostos, quando começamos a respeitar os idosos, as grávidas, a dar a vez ao pedestre e se responsabilizar pelas nossas escolhas, cobrando melhorias àqueles que confiamos o direito de nos representar no Planalto Central.
Muito obrigada pela atenção,
Karla Elizabeth.


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Favelas do Brasil: acomodação em todos os aspectos.

             Favelas: morros entupidos de barracos com perfurações de balas perdidas que alertam o reino da violência e do tráfico de drogas. Moradias ilegais com péssimas condições para viver. Não há direitos, nem deveres. Os favelados são os formadores das suas próprias leis. Sem a assistência do governo, o ambiente é propício às doenças, à miséria e à proliferação da marginalidade.  Com o passar dos tempos, tachações preconceituosas foram postas sobre os habitantes das favelas do Brasil que, ao invés de assistidos e oportunizados pelas elites, foram excluídos.
Desprovidos dos olhares do Estado, os ocupantes dos morros seguem, quase que a risca, o determinismo falho de John Locke. Com justificativas que os levam a acomodar-se a uma situação financeira precária. Eles simplesmente nascem e morrem ali, pois há a compreensão de que o “vácuo”, existente entre as camadas sociais, só dificulta o acesso a uma vida digna. Esse “vácuo” pode ser atravessado unicamente com muito esforço e sorte, assim, as crianças acabam incorporando os modelos mais fáceis a serem seguidos nas favelas: os exemplos são os dos pais que obtiveram rapidez para ascender economicamente através do roubo e do tráfico.
Investimentos numa bela imagem do Brasil são elaborados através dos meios de comunicação social todos os dias. Não se a vê o peso correto que se deveria ter de preocupação com um problema que existe e é latente desde o nascimento da nação. E o pior: os planos de ajuda, ao invés de melhorar, pioram a situação, pois servem, em sua grande maioria, para desviar votos a políticos que não trazem mudanças efetivas para a população e apenas alimentam esperanças ilusórias. Então, a pergunta fica no ar: quantos bilhões a mais de crédito internacional e boa imagem para o exterior são precisos para que o Brasil comece a pensar na real imagem de degradação que tem e na dívida interna que se sustenta entre pobres e ricos?
A violência é um substantivo que, de abstrato, passa a ser concreto nas favelas do Brasil. Devido a tanta falta de perspectiva, não é possível premeditar o acontecimento da regulamentação dos morros invadidos pelos negros "abolidos" da escravidão e pelos nordestinos fugitivos da seca no século passado. Enquanto isso, famílias, que crescem em passo super acelerado, são obrigadas a viver sem urbanização, dignidade e sem acesso à cidadania que merecem. Os responsáveis pela nação deixam estar e tomam atitudes para atenuar os problemas sociais das favelas quando eles já estão no limite. O que falta mesmo é sentar e esperar, pois parece que as autoridades já não escutam mais os gritos de cansaço e de sofrimento do povo.