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terça-feira, 7 de junho de 2011

Quem não deve, não teme

Ah, Senhor Antonio Palocci, tenho tanta vontade de bater um papo reto com vossa excelência!
Tenho perguntas a fazer, para ver se entendo e fico mais por dentro dos assuntos que, supostamente, levam o Brasil para a frente. Digo o seguinte: tudo isso me interessa sim! Meu caro amigo, me ensine a fazer fortuna. É fácil? Um mandato = 8 anos. Nesse intervalo, seus bens foram multiplicados por 20. *Realmente interessante e surpreendente sua capacidade de administração e habilidade com a economia.

Faço parte de um todo que é representado pelo senhor e tornou possível seu período de sucesso financeiro no Planalto Central e na Casa Civil. Dessa forma, peço, encarecidamente, que compartilhe comigo e com meus amigos a fórmula para se dar bem em todos esses aspectos. *É! Não se demita, por favor. VOCÊ SEMPRE TEVE MEU APOIO! (será que fui tão ingênua ao te escolher para me representar e garantir os meus direitos?)

Por favor, não se negue a prestar esclarecimentos sobre o modo como conseguiu acumular tanto dinheiro, o Brasil precisa de políticos como o senhor para ensinar a fazer dos impostos o mecanismo mais fácil e seguro para obter renda.* Talvez vossa excelência não saiba, mas há pessoas, nas ruas do Brasil inteiro, que passam fome, frio; e, diferentemente da utopia que cega os milionários, nem todo cidadão tem direitos iguais na nossa tão linda nação brasileira. Tem gente que não tem acesso à educação, à escola, nem a nada!

Pois é, acredite, ex-ministro! Mesmo com mais de 50% de impostos nos produtos que consumimos, não sei como ainda somos subdesenvolvidos... É tanto dinheiro. É tanto, que eu não sei nem onde ele está. (na minha casa, certamente, ele não se encontra).
Já que o senhor vai mesmo dar tchau a Casa Civil, posso fazer um último pedido? *Pela admiração imensa que tenho pelo senhor, prove que não feriu os cofres públicos, sustentados pelo humilde e trabalhador povo brasileiro.


Como meu querido Chico Science disse: "Da lama ao caos, do caos a lama, UM HOMEM ROUBADO NUNCA SE ENGANA."

* (asteriscos em vermelho indicam uso de ironia)