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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Comunicate yourself

A humanidade está vivendo uma era na qual a distância não é mais sinônimo de barreira quando o assunto é comunicação. A internet que surgiu na Guerra Fria se tornou, nos anos 90, uma imensa “teia” em que todas as pessoas passaram a se interligar. Apesar de ser considerado o maior meio de comunicação já elaborado pelo homem, que facilita o acesso a dados e informações e habilita à exposição livre de ideias, a internet facilita o cotidiano, o que torna seus usuários a cada instante mais dependentes do computador. Assim, mais amantes da vida cibernética, colocam a vida real em segundo lugar.
Os sites de relacionamento tornaram o correio ultrapassado, os serviços de comunicação interpessoal que possibilitam conversas instantâneas entre pessoas, acostumaram seus usuários a sempre fazer uso de mensagens com menos de 140 caracteres, o que dificulta a transmissão completa de sues pensamentos, transformando longas conversas em falas super reduzidas. Muitas vezes, essa acomodação está refletida nas lacunas existentes no relacionamento entre familiares.
Com a crença de que através da internet as pessoas participam efetivamente do mundo a maioria dos internautas se esquece da sociedade real que acontece enquanto estão online e preferem cultivar e valorizar os laços de amizade construídos pelo “bate-papo”. 
Assim, ao invés de facilitar, a internet corta relações, colocando de lado seu objetivo prioritário de diminuir distâncias.Enquanto uma minoria de pessoas ainda a usa para expandir conhecimentos e ultrapassar os limites da comunicação, a maioria se restringe a usá-la para obter uma vida paralela constituída de falsos sentimentos, falsas sensações, falsos amores e falsa liberdade. Essas pessoas pensam que, por participar de sites que dizem carregar ambientes propícios à sociabilidade, podem abdicar da realidade. Vidas são consumidas e valores são perdidos dessa maneira.

domingo, 10 de abril de 2011

Inclusão excludente

Apesar de o escravo do Brasil colonial ter ganhado liberdade em 1888, ele estava destinado a anos de preconceito sem abertura para se inserir na sociedade. Injuriado e sem direitos, o negro lutou para se igualar ao branco e o que se entende hoje é que o povo brasileiro, supostamente amadurecido, já reconhece que a construção do seu país se deve muito a essa etnia.
Esse pensamento acarreta um entendimento dúbio, pois enquanto esse rótulo de perfeita aceitação da diversidade racial é construído, uma imagem totalmente contrária é vista na prática. Não só os negros são discriminados, mas os pobres, os homossexuais, os deficientes físicos e mentais, entre tantos outros, também são.

Durante o tráfico negreiro, realizado na colonização do Brasil, mais de quatro milhões de africanos foram trazidos para cá, cada um de uma parte da África, com crenças, costumes e línguas diferentes. As identidades étnicas que atualmente se estendem por todo o território brasileiro se devem quase que exclusivamente a esse processo de miscigenação, proveniente da colonização, que transformou índios, negros e europeus em mamelucos, mulatos e cafuzos.

O que não dá para entender é como um lugar que é formado por povos tão distintos pode ainda não discernir a desigualdade aparente como algo natural, mas sim usá-la como pressuposto para denominar quem é bom e ruim. O problema acontece quando o próprio homem negro do Brasil, por ter sido alvo de tanta injustiça ao longo da história, se coloca inferiormente perante o branco que, na verdade, não é só branco, é índio, é europeu e negro também.


A ideologia absurda que em dias de tecnologia e “inclusão social” ainda se coloca por aqueles que controlam o mundo, infelizmente, é a diferença camuflada. Os Negros, os pobres, os índios, os deficientes e os homossexuais estão incluídos, sim, estão incluídos no pacote dos excluídos.