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sábado, 28 de maio de 2011

Lixo Extraordinário - Documentário.

Fiquei lindamente pasma, hoje, assistindo o programa Ação, com Serginho Groisman.
O assunto desse sábado, 28 de maio, foi sobre o documentário em que Vik Muniz, artista plástico, retratou a vida dos catadores de lixo do maior aterro sanitário do Brasil, o Jardim Gramacho. Após quase três anos de convivência e trabalho, Vik mostrou a essência dos catadores de lixo com um olhar bem profundo.
As fotos de pessoas simples, tiradas ao longo do documentário, foram transformadas em trabalhos belíssimos: a arte construída com materiais reciclados foi leiloada e o dinheiro foi revertido para investir no bem-estar dos catadores.
Muito além de retratar o cotidiano daquelas pessoas, Vik Muniz resgatou, indiretamente, a felicidade e o orgulho dos catadores em exercer esse trabalho árduo, apenas exercido por pura necessidade sendo alvo constante de preconceitos.
Mostrou também que a arte é um direito de todos e não um privilégio das classes mais altas. Que, a partir da feiura do lixão, é possível construir o belo. E o mais importante: exaltou a beleza e a singularidade de cada pessoa, que antes era interpretada como sendo apenas o conjunto único dos catadores de lixo, "invisíveis" na sociedade.
O filme, "Lixo extraordinário", foi indicado ao Óscar de melhor documentário, e Tião, o presidente da associação dos catadores de Jardim Gramacho, foi a principal fonte de inspiração para Vik Muniz.
Vale a pena tentar enxergar e ressaltar a individualidade de cada um, respeitar e dar oportunidades para que ele seja contemplado. Essa é a mensagem que pode ser tirada dessa linda história.
Acompanhe o trailler oficial do documentário, podendo ser assistido em partes pelo Youtube.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Imperialismo cultural e suas necessidades desnecessárias

É certa a existência de sociedades que se destacaram, no último século, por obter altos índices de desenvolvimento no campo da qualidade de vida. Essas sociedades estão juntas em apenas um grupo: o grupo dos países que comandam o mundo. Os Estados Unidos foram, inicialmente, os responsáveis pelo lucro econômico em cima dos países pobres, que geograficamente, habitam a periferia do mundo. A interdependência financeira entre todas essas nações é sustentada, principalmente, pela mídia que fortalece e concretiza os objetivos dos países pioneiros no âmbito comercial, os países desenvolvidos.

Através do imperialismo cultural, advindo dos meios de comunicação social, foi possível mudar a consciência individual e social dos países atingidos por ele. Ideias massificadoras foram introduzidas no dia a dia de todas as pessoas, levando-as a mudar seus conceitos, igualando-os aos interesses dos responsáveis por essa invasão cultural forçada. Dessa forma, os costumes, a moda, as tendências e o padrão de beleza norte-americanos foram apresentados aos países subdesenvolvidos através dos filmes, dos comerciais e das músicas estrangeiras, sendo aceitos sem ser questionados.

Eis o grande problema: os produtos de luxo tão almejados pelos países pobres são facilmente encontrados nos países ricos, por haver lá, elevado padrão de vida e menos desigualdades sociais, o que não acontece em boa parte do hemisfério sul: poder ter esse tão almejado objeto é privilégio de poucas pessoas. Assim, o público alvo da invasão cultural engole e assimila toda e qualquer imposição proveniente da propaganda, sem tomar consciência de que vivem em sociedades que concentram renda em poucas famílias. Isso acontece porque, na década de 70, uma ideologia foi construída para contemplar o rápido crescimento econômico, que foi considerado a única forma para que um país escapasse do subdesenvolvimento.

Esse crescimento de fato ocorreu, mas apenas nas mãos ricas, o que proporcionou um agravo na exclusão social dos pobres e iludiu a população que já não consegue distinguir o que de fato é importante para ascender na sociedade. Jorge Ahumada, um grande economista chileno, disse: “Se cada dólar fosse gasto em conseguir água potável, centenas e centenas de vidas poderiam ser salvas. Cada dólar gasto em supérfluos significa mais privilégios para uns poucos à custa de muitos.