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sábado, 16 de janeiro de 2010

O sentido das coisas




De que adiantam as promessas sem o caráter?
De que adiantam as doações sem a necessidade?
De que adiantam os sorrisos sem a sinceridade?
De que adiantam os sustos sem a intenção?
De que adiantam as casas sem localidade?
De que adiantam as galinhas sem a panela?
De que adiantam as horas sem o relógio?
De que adiantam os bêbados sem o quartinho?
De que adiantam os irmãos sem harmonia?
De que adiantam as perguntas sem explicação?
De que adiantam os louvores sem a fé?
De que adiantam radiolas sem os LP’s?
De que adiantam as festas sem alegria?
De que adiantam os políticos sem a corrupção?
De que adiantam as confusões sem os motivos?
De que adiantam as drogas sem os viciados?
De que adiantam os ônibus sem passageiros?
De que adiantam os mares da vida sem ventania?
Onde vão acontecer as ondas?
É tudo calmo. O tudo nem existe ainda.
Sem Um, não existe Outro. O Outro só é Um quando tem Um.
O Um ainda não aconteceu. Acabou tudo.
Tudo está por vir, enquanto isso o resto ficou escuro. Ou será que ficou claro?
Quem foi que fez isso? Por que eu estou aqui?
É eu estou! E quem é você?
Você é meu Outro! E eu, eu sou Um, prazer.

É.
De que adiantam as palavras sem o sentido?...
De que adiantam os doidos sem a insanidade?
De que adiantam os poemas sem a rima?...
Nada.

A partir de cada um, o outro pode fazer sentido... Então, sem o sentido não há nada.
Se não há nada, não existe explicação, se não existe explicação, não existe dúvida, se não existe dúvida, só existe lógica.
1, 2, 3, 4.
Acabou o fim, acabou o um e acabou o outro.

- Faça tudo ter sentido, faça a dúvida aparecer e encontre a explicação, faça tudo valer à pena!
Você tem dúvidas? Procure-as.
É um ciclo! Ela precisa de mim, eu preciso de você e você precisa dele.
Sacou?...