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domingo, 10 de abril de 2011

Inclusão excludente

Apesar de o escravo do Brasil colonial ter ganhado liberdade em 1888, ele estava destinado a anos de preconceito sem abertura para se inserir na sociedade. Injuriado e sem direitos, o negro lutou para se igualar ao branco e o que se entende hoje é que o povo brasileiro, supostamente amadurecido, já reconhece que a construção do seu país se deve muito a essa etnia.
Esse pensamento acarreta um entendimento dúbio, pois enquanto esse rótulo de perfeita aceitação da diversidade racial é construído, uma imagem totalmente contrária é vista na prática. Não só os negros são discriminados, mas os pobres, os homossexuais, os deficientes físicos e mentais, entre tantos outros, também são.

Durante o tráfico negreiro, realizado na colonização do Brasil, mais de quatro milhões de africanos foram trazidos para cá, cada um de uma parte da África, com crenças, costumes e línguas diferentes. As identidades étnicas que atualmente se estendem por todo o território brasileiro se devem quase que exclusivamente a esse processo de miscigenação, proveniente da colonização, que transformou índios, negros e europeus em mamelucos, mulatos e cafuzos.

O que não dá para entender é como um lugar que é formado por povos tão distintos pode ainda não discernir a desigualdade aparente como algo natural, mas sim usá-la como pressuposto para denominar quem é bom e ruim. O problema acontece quando o próprio homem negro do Brasil, por ter sido alvo de tanta injustiça ao longo da história, se coloca inferiormente perante o branco que, na verdade, não é só branco, é índio, é europeu e negro também.


A ideologia absurda que em dias de tecnologia e “inclusão social” ainda se coloca por aqueles que controlam o mundo, infelizmente, é a diferença camuflada. Os Negros, os pobres, os índios, os deficientes e os homossexuais estão incluídos, sim, estão incluídos no pacote dos excluídos.



Um comentário:

  1. Muito bom o tema. É bom sempre abrir mais os olhos e ver os problemas tão antigos que até hoje nos cercam. Parabéns.
    Lara

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