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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O peso do erro



Quando sentimentos ruins, como o rancor, a raiva ou a dor de uma desilusão nos afligem, o mundo parece estar girando em torno de nós e todos os acontecimentos da vida, bons ou ruins, parecem estar diretamente ligados a nosso sofrimento, nos fazendo crer que sempre, de alguma forma, são eles os responsáveis por perpetuar a nossa mágoa.

Dessa forma, nos acostumamos a inventar. Sim, inventamos quais são os vilões e os anjos que estão por perto. E, assim, aprendemos a simplificar o viver que, por natureza, é algo tão complexo. E a consequência de tudo isso é “encucar” que a vida é comandada apenas por fatos e pessoas externas: nunca somos os culpados, se esbarramos em um vaso e ele caiu e quebrou, é porque ele estava no lugar errado. 

Engraçado é perceber que até alguns meios, como a religião, um dia buscados por nós, para entender a vida, entram na lista da consequência causada pelo costume de inventar: igualmente, se tornam contra nós. Isso ocorre pelo simples fato de esses meios também não serem 100% capazes de solucionar nossos problemas e diminuir nossas dores. E aí, o que fazer?

Pois bem, a danada da acomodação, de sempre olhar para os lados e nunca para um espelho, se torna, neste sentido, muito perigosa. É muito fácil encontrar os defeitos e as virtudes daquilo que se apresenta na direção da gente, pois o nosso dedo indicador estará sempre pronto para apontar para frente e, dificilmente, faz a curva e aponta para o lado oposto, nós.

Vale à pena olhar no espelho, pode doer, mas é saudável aprender a olhar e apontar para nós mesmos. O perdão, talvez a cura para a nossa dor, não é só aquele que se dá quando quem nos machucou diz “me perdoe”, mas é, principalmente, o perdão que se concretiza bem antes, dentro de nós, nos nossos próprios pensamentos, quando percebemos que só temos a dizer “eu me perdôo”.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Intercâmbio cultural


O Brasil é um país que, desde a sua formação, sofre influências de diversas culturas. Na sua construção cultural, contribuíram índios, africanos e europeus. Dessa forma, o Brasil se mostra, hoje, homogêneo e multifacetado simultaneamente. As maiores influências externas aconteceram no século XX, em decorrência da industrialização, no século anterior, dos países europeus e norte-americanos que tiveram, a partir da mídia, a realização de um incessante intercâmbio cultural entre continentes, através dos meios de comunicação de massa. Hoje, o Brasil é um país que tem dificuldade em estabelecer quais influências são importantes para a manutenção da sua identidade cultural, por ser constantemente atingido pela imposição cultural estrangeira.
A Semana de Arte Moderna, realizada no centenário da Independência do Brasil, foi o movimento que procurou desfazer-se da arte do passado, moldada a partir de influências estrangeiras, e que tentou construir uma identidade brasileira original, não mais dependente dos modelos estéticos da Europa. Oswald e Mario de Andrade foram os intelectuais que introduziram na literatura e na arte “um espelho” que refletia os elementos da realidade e dos costumes do povo brasileiro. Ao passo que amadureceram suas ideias sobre a real importância, do que vinha do exterior, para a formação da identidade do Brasil, Mário e Oswald acabaram enveredando para caminhos opostos.
Enquanto Oswald de Andrade entendia qualquer interferência cultural intercontinental desnecessária, defendendo um Brasil já suficientemente rico em cultura; Mário de Andrade enxergava um Brasil que tinha como identidade cultural uma síntese das múltiplas culturas vindas de fora que atuaram diretamente na história do Brasil. Apesar da ação desses e de outros modernistas na tentativa de efetivar a independência cultural do Brasil, a globalização, aliada com a mídia, motivada pelo objetivo meramente econômico de aumentar os consumidores dos países desenvolvidos, vem construindo um imperialismo cultural, desmanchando, a partir da alienação, os valores culturais de países emergentes.
Saber detectar o que é bom e o que é ruim, oriundo do estrangeiro, é muito importante, pois a alienação pode estar embutida na “imigração cultural”. Novos baianos, Movimento Tropicália, Chico Science & Nação Zumbi são alguns dos exemplos de bandas que encontraram a dosagem perfeita da mistura de ritmos regionais, populares e ritmos estrangeiros, revolucionando o passado musical e exaltando a cultura tradicional do Brasil, sem negá-la. Assim, a conexão entre os continentes pode ser benévola quando absorvida por um povo que tem a consciência de que a incorporação de ideias e de costumes  de outros povos é apenas um complemento para o que já havia antes.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Felicidade: só uma questão de ser



O homem vive a procurar o elixir da felicidade: poetas, filósofos, psicanalistas e religiosos atravessaram séculos construindo pensamentos utópico-filosóficos, determinando o ideal e analisando o real, sem conseguir, no entanto, encontrar a fórmula para alcançar a plena felicidade. A concretização da felicidade esteve sempre vinculada à satisfação e à realização dos sonhos que o homem idealiza, um dia, alcançar. No entanto, o limite entre os estados de felicidade e infelicidade encontra-se cada vez mais estreito, pois, ao passo que o homem saiu do campo e foi para a cidade industrializada, ele encontrou novos valores e ideias, aumentando, assim, a sua “lista” de vontades e desejos, colocando-se cada vez mais longe de realizá-los.

Segundo Roland Chemama, psicanalista francês, o desejo difere da necessidade. A necessidade provém de uma ordem natural ou biológica, é instintiva e busca por objetivos específicos; já o desejo deriva de uma ordem psíquica, é um desvio da ordem natural e os seus objetivos estão sujeitos a não serem alcançados. Na busca da felicidade, o ser humano, na maioria das vezes, confunde esses conceitos, pois a cultura acaba atribuindo valores ao desejo e à necessidade que eles não portam.

Com a configuração errônea sobre o que é necessário e desejado, o homem acaba almejando o que a sua realidade, a do mundo e a dos fatos não é capaz de lhe proporcionar. Frustrado, tenta suprir a sua infelicidade criando novos desejos. Assim, como Jacques Lacan, seguidor de Freud, disse: “o desejo é sempre o desejo de outro desejo”. Então, a capacidade de preenchimento e sensação de felicidade está “dissolvida” entre pequenas doses intercaladas de infelicidade momentânea.  

Os poetas e filósofos, ao concluir a inevitável efemeridade da felicidade, alertam para outra efemeridade que é mais preocupante: a da vida. Alternar entre fracassos e vitórias faz parte do dia a dia de toda a humanidade. A dica deixada pelos grandes pensadores é simples: viver. Viver sem se preocupar com o “tic tac” do relógio, aproveitando não só a parte alegre da vida, mas também as tristezas, pois são as frustrações que encorajam a formulação de novos desejos que, consequentemente, impulsionam o homem a buscar a felicidade, mesmo que passageira.

domingo, 17 de julho de 2011

Obrigação obrigada

A natureza humana exige que o homem se socialize, vivendo em grupos. Associações humanas, tais como a família, a igreja e a escola, são responsáveis por estruturar, transmitir valores e ensinar o indivíduo a ser cidadão. A escola é o primeiro lugar de convívio social a que a maioria das pessoas tem acesso. Mas, ela está deixando de possibilitar a troca de aprendizado, através do convívio direto com meio social, e está se tornando uma instituição, na qual apenas se ensinam “exatas e humanas”. Assim, grande parte dos problemas da sociedade provém da limitada educação lecionada nas escolas.
                Uma nova lei, já aprovada pelo Senado, está para ser estudada pela Câmara de Deputados. Ela visa cortar grande parte desses problemas pela raiz, através do combate ao preconceito em ambiente escolar. Na década de 80, esse preconceito ganhou o nome de “bullying”, conceituando todos os tipos de agressão dentro das salas de aula. O projeto de lei pretende tornar a instituição incumbida de combater a ação do “bullying” entre alunos que, assistidos de perto por professores e psicólogos, poderão ter mais chances de obter uma ficha escolar mais limpa.
                As crianças agressoras e as agredidas sofrem, na maioria das vezes, devido à pouca atenção que têm de seus familiares que, por sua vez, enxergam a escola como sendo o único mecanismo para que seus filhos assimilem a definição e sejam praticantes da ética e da cidadania. Triplicam, dessa forma, o peso de responsabilidade sobre o ensino brasileiro que, atualmente, goza de políticas e táticas educacionais muito falhas. O fato é que a escola, tida como principal centro formador de homens, precisa ser “reformada” urgentemente.
                Essa teoria, ao ser sustentada, fortalece a idéia de que, independentemente da intervenção de qualquer lei, a escola já tem o dever de inibir qualquer comportamento que não seja condizente com os preceitos morais que sustenta. Os professores devem se lembrar do grande poder que têm em mão ao lecionar. E que o real objetivo ao ensinar história, geografia, português e matemática não é o de simplesmente fazer com que seus alunos passem no teste final com “questionários decorados”, mas fazê-los absorver lições para a vida toda, através da palavra e do labor que exercem como educador.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Errar é (muito) humano


Desde a pré-história, durante o processo de formação das civilizações, o homem enfrentou guerras, crises existenciais e sociedades degradadas. Quando os maiores problemas socioeconômicos e políticos obtiveram seus ápices, o homem aprendeu a procurar soluções de emergência para as más feitorias que, durante séculos, acumulou. Assim, estudou. Estudou para fomentar e encontrar, através da filosofia, da matemática, da biologia e da química, a resolução e das questões inquietantes que atingiram sociedades famintas, doentes e carentes de dignidade.
A história não mente: a evolução do homem é elaborada entre guerras, revoluções e tratados. Com a invenção da eletricidade, o bem estar material veio junto. Mas não só em bem estar a tecnologia estava fundamentada. Bombas atômicas, aviões de guerra e mísseis fizeram parte de uma corrida armamentista sem incrementos na evolução da humanidade, levando as grandes descobertas do século XX a ser embasadas por “alicerces medievais”. O cenário era um mundo “lavado por pólvora”, com seus valores atrofiados, estagnados.
A ciência teve seus conceitos limitados ao não conseguir explicar questões existencialistas. A partir desse momento, todas as incertezas do homem, inclusive a sua incapacidade de perfeição e acerto total, foram levadas a ser respondidas pelo pensamento filosófico e pela religião, que fizeram da perfeição algo que pode apenas se tornar concreto após da morte. Assim, o conceito de que errar é algo já impregnado na essência do ser humano, sem resolução, foi alimentado. No entanto, quase nunca, o complemento desse conceito é lembrado. Pois, errar é humano, mas continuar no erro é burrice.
Para que os erros não se perpetuem, é necessário voltar no tempo e assistir de perto que, em detrimento dos pensamentos egoístas dos generais, chefes e comandantes, muitas vidas foram perdidas. E é de suma importância interpretar os erros do passado como um impulso para que as acomodadas estruturas econômicas falidas do planeta sejam corrigidas, lembrando que as “visões turvas e míopes” dos habitantes da terra, que os impedem de enxergar os problemas tão óbvios da sociedade, mesmo após serem corrigidas através de óculos, estão sujeitas a ter suas lentes atingidas pela “sujeira do mundo” novamente. Porque errar é tão humano que, mesmo estudando sua história, o homem regride e repete seus erros.

sábado, 2 de julho de 2011

Direções: esquerda, direita.

Bem, nesta postagem, vou tentar explicitar os reais objetivos do Blog Eu & o entendimento social.
Nos últimos textos, os assuntos mais discutidos trataram sobre a falha política do Brasil. Muitos seguidores exaltaram nos últimos posts a corrupção dos políticos, dos governadores, do Estado e dos responsáveis, em geral, pelo Brasil.
(Muito obrigada pelos comentários, pois foi a partir deles que consegui, de certa forma, reformular os reais objetivos que tenho quando escrevo.)
Pois bem... Tais discussões me mostram a nossa falta de perspectiva. É tanto que só depois de mais de dois anos, consegui enxergar as minhas falhas tão óbvias.
Independente dos partidos que se glorificaram ou que se tornaram enojados durante os anos de República brasileira, a mais importante e eficaz forma de ler a nossa política raramente é praticada.“Eu sou de direita, eu sou de esquerda...” De que adiantam os rótulos? ENFIM! Posso dizer, com todo o meu coração: Eu não sou nada! Se meus textos parecem modelados a partir de tal tipo de partido, sinto muito, mas não é minha intenção.
O PROBLEMA É O SEGUINTE: nossos maiores problemas socioeconômicos advêm de uma estrutura muito mais simples que a identidade atual de administração que temos.
ADVÊM DE NÓS!!
Sim, nós!... Em decorrência das nossas escolhas, em primeiro plano sem más intenções, é que a corrupção no Brasil acontece. Pois, apesar das leis, muitos cidadãos normais agem ferindo os direitos e deveres da Constituição:
Padarias ainda vendem pão sem o uso da balança, guardas de trânsito recebem suborno para evitar multas, cobradores de ônibus não giram a catraca em troca de dinheiro, impostos são sonegados quando não se pede a nota fiscal de bens diversos, gatos e macacos são feitos nas contas de luz e de água, diplomas falsos são comprados, provas de vestibulares vazam todos os anos, produtos fora da validade são vendidos, médicos são pagos para indicar laboratórios, drogas ilícitas são compradas, não só pelas camadas mais baixas, mas pelas elites também.
Pois é! Acho que o primordial é saber que algo tão simples, como o ato de votar, pode trazer conseqüências que, na maioria das vezes, não queremos. Estudar partidos não adianta. Imagine um partido qualquer sendo um ser humano. O ser humano é constituído de virtudes e defeitos, assim como os partidos brasileiros são. Essas virtudes e esses defeitos constituintes dos partidos são os políticos que lutam por melhoras e os que corrompem a honestidade do bom governante.
Então, não adianta estudar partidos ao votar. Nem se assegurar neles para designar rótulos. O que vale mesmo é saber em QUEM se vota, independente do corpo, ou seja, do partido. É saber quais são as verdadeiras ideias e virtudes desse indivíduo e saber qual a sua real condição de torná-las uma realidade.
Reitero aqui, a necessidade de explicar os objetivos das minhas mensagens. Independente do transparecer dos meus textos, O ENTENDIMENTO que trago é muito mais simples: não julgo os problemas sociais que cabem a NÓS como sendo resolvidos através de tal partido. O que se deve esperar de TODOS os partidos é uma coisa só. O político bom é aquele que se sobressai mesmo no pior mecanismo que tem, mesmo no pouco tempo de discurso, no pouco tempo de propaganda eleitoral. E que conhece afundo a realidade brasileira e luta para a melhora efetiva da nação.
Eu não espero nada de partidos, eu espero tudo de um governo só. Afinal, oposições não ajudam, em hipótese alguma, no trabalho em grupo que, supostamente, deveria se realizar para avanço do Brasil.
Se estamos “assistindo a dessocialização”, é bom ver, em primeiro quadro, um espelho. Atrofias sociais começam a se desfazer quando olhamos para nós mesmos e deixamos de jogar lixo nas ruas, sonegar impostos, quando começamos a respeitar os idosos, as grávidas, a dar a vez ao pedestre e se responsabilizar pelas nossas escolhas, cobrando melhorias àqueles que confiamos o direito de nos representar no Planalto Central.
Muito obrigada pela atenção,
Karla Elizabeth.


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Favelas do Brasil: acomodação em todos os aspectos.

             Favelas: morros entupidos de barracos com perfurações de balas perdidas que alertam o reino da violência e do tráfico de drogas. Moradias ilegais com péssimas condições para viver. Não há direitos, nem deveres. Os favelados são os formadores das suas próprias leis. Sem a assistência do governo, o ambiente é propício às doenças, à miséria e à proliferação da marginalidade.  Com o passar dos tempos, tachações preconceituosas foram postas sobre os habitantes das favelas do Brasil que, ao invés de assistidos e oportunizados pelas elites, foram excluídos.
Desprovidos dos olhares do Estado, os ocupantes dos morros seguem, quase que a risca, o determinismo falho de John Locke. Com justificativas que os levam a acomodar-se a uma situação financeira precária. Eles simplesmente nascem e morrem ali, pois há a compreensão de que o “vácuo”, existente entre as camadas sociais, só dificulta o acesso a uma vida digna. Esse “vácuo” pode ser atravessado unicamente com muito esforço e sorte, assim, as crianças acabam incorporando os modelos mais fáceis a serem seguidos nas favelas: os exemplos são os dos pais que obtiveram rapidez para ascender economicamente através do roubo e do tráfico.
Investimentos numa bela imagem do Brasil são elaborados através dos meios de comunicação social todos os dias. Não se a vê o peso correto que se deveria ter de preocupação com um problema que existe e é latente desde o nascimento da nação. E o pior: os planos de ajuda, ao invés de melhorar, pioram a situação, pois servem, em sua grande maioria, para desviar votos a políticos que não trazem mudanças efetivas para a população e apenas alimentam esperanças ilusórias. Então, a pergunta fica no ar: quantos bilhões a mais de crédito internacional e boa imagem para o exterior são precisos para que o Brasil comece a pensar na real imagem de degradação que tem e na dívida interna que se sustenta entre pobres e ricos?
A violência é um substantivo que, de abstrato, passa a ser concreto nas favelas do Brasil. Devido a tanta falta de perspectiva, não é possível premeditar o acontecimento da regulamentação dos morros invadidos pelos negros "abolidos" da escravidão e pelos nordestinos fugitivos da seca no século passado. Enquanto isso, famílias, que crescem em passo super acelerado, são obrigadas a viver sem urbanização, dignidade e sem acesso à cidadania que merecem. Os responsáveis pela nação deixam estar e tomam atitudes para atenuar os problemas sociais das favelas quando eles já estão no limite. O que falta mesmo é sentar e esperar, pois parece que as autoridades já não escutam mais os gritos de cansaço e de sofrimento do povo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Quem não deve, não teme

Ah, Senhor Antonio Palocci, tenho tanta vontade de bater um papo reto com vossa excelência!
Tenho perguntas a fazer, para ver se entendo e fico mais por dentro dos assuntos que, supostamente, levam o Brasil para a frente. Digo o seguinte: tudo isso me interessa sim! Meu caro amigo, me ensine a fazer fortuna. É fácil? Um mandato = 8 anos. Nesse intervalo, seus bens foram multiplicados por 20. *Realmente interessante e surpreendente sua capacidade de administração e habilidade com a economia.

Faço parte de um todo que é representado pelo senhor e tornou possível seu período de sucesso financeiro no Planalto Central e na Casa Civil. Dessa forma, peço, encarecidamente, que compartilhe comigo e com meus amigos a fórmula para se dar bem em todos esses aspectos. *É! Não se demita, por favor. VOCÊ SEMPRE TEVE MEU APOIO! (será que fui tão ingênua ao te escolher para me representar e garantir os meus direitos?)

Por favor, não se negue a prestar esclarecimentos sobre o modo como conseguiu acumular tanto dinheiro, o Brasil precisa de políticos como o senhor para ensinar a fazer dos impostos o mecanismo mais fácil e seguro para obter renda.* Talvez vossa excelência não saiba, mas há pessoas, nas ruas do Brasil inteiro, que passam fome, frio; e, diferentemente da utopia que cega os milionários, nem todo cidadão tem direitos iguais na nossa tão linda nação brasileira. Tem gente que não tem acesso à educação, à escola, nem a nada!

Pois é, acredite, ex-ministro! Mesmo com mais de 50% de impostos nos produtos que consumimos, não sei como ainda somos subdesenvolvidos... É tanto dinheiro. É tanto, que eu não sei nem onde ele está. (na minha casa, certamente, ele não se encontra).
Já que o senhor vai mesmo dar tchau a Casa Civil, posso fazer um último pedido? *Pela admiração imensa que tenho pelo senhor, prove que não feriu os cofres públicos, sustentados pelo humilde e trabalhador povo brasileiro.


Como meu querido Chico Science disse: "Da lama ao caos, do caos a lama, UM HOMEM ROUBADO NUNCA SE ENGANA."

* (asteriscos em vermelho indicam uso de ironia)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Exteriorizando sentimentos - A ARTE

O conhecimento está muito distante das perspectivas humanas, do material, do palpável. A filosofia, a sociologia, a religião, a psicanálise, são parte dos diversos instrumentos que nós, homens, construímos para entender o papel que aqui exercemos, nos auto-analisar e responder os “porquês” formulados na nossa breve estadia no planeta Terra. Apesar de tantos mecanismos criados para resolver questões que são, ao mesmo tempo, individualistas e conjuntas; estudar o meio, criar utopias, ou atribuir ciência em todo, já não é suficiente para os habitantes desse novo mundo.  A origem de tudo é um enigma, o futuro também. 
Com o papel na mão, a intenção não existe, a mão dança e a idéia flui de acordo com a inspiração que chega aos poucos. O vasto e, posso até dizer, infinito vácuo que existe em nós é o impulso que nos faz questionar as lacunas existentes no exterior do nosso corpo. Assim criamos. Os desejos mais profundos, oníricos e ocultos que dormem lá dentro da alma são despertados sem nem percebermos: a arte estará sempre intrinsecamente ligada ao pensamento latente, que deixará de ser abstrato para se tornar formulado, estruturado e, assim transmitido.
Posso dizer que o planeta é constituído de matérias orgânica, inorgânica e pessoas. A complexidade das pessoas não está relacionada com os vários sistemas, órgãos e tecidos que compõem seus corpos, mas sim com sua individualidade. Cada indivíduo fabrica um mundo único dentro de si, de acordo com as ideias que ele, por uma espécie de válvula sensorial, deixa entrar e se encaixar no quebra-cabeça construtor da sua própria realidade.Dessa forma, pessoas são acumuladoras de riquezas ideológicas – juntam saberes e formulam valores de acordo com suas crenças. Amadurecem-se com a palavra, assim como um fruto é amadurecido com o humo.
Quando os momentos de infelicidade chegam, essas crenças são postas em prova. Os momentos de crise podem fortalecer, quebrar, ou reformular tais preceitos. As atribulações sempre vistas como dificuldade, raramente são entendidas e enfatizadas no parâmetro do bem que acarreta: é a partir do sofrimento que o homem cria forças para sair da situação de mal-estar e passa a ter novas concepções sobre o meio em que vive. É também a partir da dor que o homem aprende a valorizar as relações e os vínculos afetivos. E o principal: é na dor que o homem passa a pensar mais sobre tudo que o cerca. É através dessas indagações que surge a vontade de criar, de gravar os novos sentimentos e pensamentos oriundos dessa fase de tormentos.
Essa é uma busca eterna, constante, que nenhuma geração conseguiu por fim. Não há ciência, ideologia, nem crença que consiga exterminar tais indagações. Só sabemos que é possível tirar proveito da época em que habitamos a Terra e deixar nossas marcas perpetuadas aqui. Os “porquês” não deixarão de existir, mas a arte também não, pois ela é o maior e o melhor refúgio já foi inventado para aliviar as dores e as privações terrenas, que nos limitam a não conseguir definir com precisão o que somos e quais são os nossos reais objetivos. O mundo é reinventado e a infelicidade não se estagna, ela é parcialmente destruída, quando a imaginação abstrata é transformada em matéria concreta, em arte.

sábado, 28 de maio de 2011

Lixo Extraordinário - Documentário.

Fiquei lindamente pasma, hoje, assistindo o programa Ação, com Serginho Groisman.
O assunto desse sábado, 28 de maio, foi sobre o documentário em que Vik Muniz, artista plástico, retratou a vida dos catadores de lixo do maior aterro sanitário do Brasil, o Jardim Gramacho. Após quase três anos de convivência e trabalho, Vik mostrou a essência dos catadores de lixo com um olhar bem profundo.
As fotos de pessoas simples, tiradas ao longo do documentário, foram transformadas em trabalhos belíssimos: a arte construída com materiais reciclados foi leiloada e o dinheiro foi revertido para investir no bem-estar dos catadores.
Muito além de retratar o cotidiano daquelas pessoas, Vik Muniz resgatou, indiretamente, a felicidade e o orgulho dos catadores em exercer esse trabalho árduo, apenas exercido por pura necessidade sendo alvo constante de preconceitos.
Mostrou também que a arte é um direito de todos e não um privilégio das classes mais altas. Que, a partir da feiura do lixão, é possível construir o belo. E o mais importante: exaltou a beleza e a singularidade de cada pessoa, que antes era interpretada como sendo apenas o conjunto único dos catadores de lixo, "invisíveis" na sociedade.
O filme, "Lixo extraordinário", foi indicado ao Óscar de melhor documentário, e Tião, o presidente da associação dos catadores de Jardim Gramacho, foi a principal fonte de inspiração para Vik Muniz.
Vale a pena tentar enxergar e ressaltar a individualidade de cada um, respeitar e dar oportunidades para que ele seja contemplado. Essa é a mensagem que pode ser tirada dessa linda história.
Acompanhe o trailler oficial do documentário, podendo ser assistido em partes pelo Youtube.